quarta-feira, 20 de junho de 2007

Darci Ribeiro - O Fantástico Testamento

Senador inclui cavalo entre seus beneficiários e quer transferir uma casa de Minas para o litoral do Rio

Vinte hectares de capim verde, garantia de que nunca mais puxará carroça ou usará sela, liberdade para correr, relinchar ou dormir quando o instinto mandar. O que mais pode um cavalo querer? Para o manga-larga Preto, único animal do sítio Tira-Teima, em Maricá, a 100 quilômetros do Rio, a vida mansa começou há três anos e não tem prazo para acabar. Foi um presente deixado pelo senador Darcy Ribeiro antes de morrer de câncer, em fevereiro de 1997. "Meu cavalo preto fica aposentado, com direito de comer o capim que achar até o fim da vida", escreveu o mais efusivo antropólogo que o Brasil já conheceu, numa carta que gostaria de ver anexada ao testamento que registrou em 1995. Ministro, vice-governador, acadêmico, educador, sociólogo, etnólogo e imperador da Festa do Divino em Montes Claros, o criador de "fazimentos" ousados como o sambódromo não pára de criar surpresas. A última delas virou problema para o juiz Mário Gonçalves, da 7ª Vara de Órfãos e Sucessões do Rio. Responsável pelo inventário de Darcy, que não tinha filhos, o juiz está em dificuldades para bater o martelo sobre a partilha dos bens.


Os beneficiários do testamento estão preparados para uma espera ainda maior. Um deles é o médico Frederico Ribeiro, sobrinho mais velho, que herdou um presente de grego. Darcy deixou para ele sua parte na casa onde nasceu, em Montes Claros, Minas. Mas sob uma condição: "... que desmonte a velha casa existente no local e a remonte no sítio pertencente ao seu pai, Mário Ribeiro." A casa, modesta, fica no centro da cidade e hoje abriga uma instituição de apoio a menores carentes. É feita de adobe moldado por uma armação de madeiras. "Foi uma sacanagem dele com o Fred, para criar problema mesmo", conta o sociólogo Paulo Ribeiro, irmão de Frederico. A justificativa de Darcy para insistir na inusitada cláusula é outra piada: "Ele queria a casa no sítio para seu fantasma assustar os visitantes homens e adular as mulheres", recorda Paulo.

Homem fede - A implicância com os homens e a paixão pelas mulheres, algumas das incontáveis manias de Darcy, são evidentes no testamento. Paulo, o parente mais querido, foi o único herdeiro masculino, já que não se pode classificar Frederico como herdeiro. Paulo recebeu uma casa no sítio Tira-Teima, onde reina o cavalo Preto. Além do sobrinho e da Fundação, só há mulheres no testamento. "Ele dizia que não deixaria nada para os homens porque homem fede muito", diz Paulo. "A loucura dele pelas mulheres não é folclore. Ganhar uma moça de 20 e poucos anos, mesmo já velho, era fácil. Ele era danado", atesta a amiga Tatiana Memória, vice-presidente executiva da fundação, de 72 anos. Ela recebeu de Darcy o usufruto vitalício do coqueiral do sítio de Maricá. "Fiquei brava porque não entendo disso nem tenho dinheiro para manter o sítio. Ele fez uma carta tirando o maldito usufruto, mas não registrou no cartório", diz.

O professor usava o cavalo para passear de charrete em Maricá - sempre ao lado de mulheres, claro. "Ele dizia que o cavalo jamais voltaria a ser escravo de ninguém", conta o caseiro Marcos Antônio da Costa. Marcos cuida do sítio desde 1989 e, por ser homem, ficou fora do testamento. "Mas eu herdei uma grande lição de vida. Ele me dizia que viver com profundidade vale muito mais do que qualquer imóvel", contenta-se.

Maricá foi o cenário de uma das maiores travessuras de Darcy. Em 1995, ele enlouqueceu os médicos do Hospital Samaritano, no Rio, ao fugir da UTI. Depois de 21 dias de internação para se tratar do câncer, ele deixou o hospital para se esconder em sua casa em formato de oca indígena na praia de Maricá, projetada por Oscar Niemeyer. "No hospital só tinha gente querendo morrer, eu quero viver", justificou. Acabou vivendo mais dois anos, até ser vencido pela "bolinha maligna", como ele definiu o câncer que já lhe tirara um pulmão em 1974. A casa da praia ficou para a cunhada Jaci, casada com Mário Ribeiro, único irmão do senador. A exigência: após a morte da cunhada, deve ser transferida para suas quatro filhas. Os quatro filhos homens não ficam nem com um tijolo. "Isso não tem valor legal porque os oito filhos são herdeiros", observa o sobrinho preferido.

Darcy ainda tinha em Maricá um sobrado com quatro pequenos apartamentos. As herdeiras são quatro de suas melhores amigas: Theresa Teixeira, Maria de Nazareth Gama e Silva, Gisele Moreira e Irene Ferraz. Tatiana Memória garante que, entre as quatro, apenas uma foi namorada de Darcy, mas não revela qual.Theresa Teixeira, sua chefe de gabinete em Brasília, responde a processo por apropriação indébita por ter retirado R$ 146 mil da conta de Darcy, no dia de sua morte. Ela apresentou uma carta assinada pelo senador autorizando o saque, mas a carta está em perícia a pedido da Justiça. Mais uma confusão.

Os bens mais valiosos de Darcy foram deixados para a fundação administrada por Tatiana Memória: um apartamento na praia de Copacabana, os livros, arquivos, obras de arte e o equivalente a R$ 470 mil depositados na Suíça, fruto da venda de seus livros na Europa e de um fundo de garantia que recebeu da OEA. Cerca de R$ 240 mil já foram usados por Tatiana para comprar a atual sede da Fundação Darcy Ribeiro, um casarão em Santa Teresa, no Rio.

O advogado Wilson Mirza, que acompanhou Darcy desde os tempos do exílio, é o testamenteiro, responsável por zelar pelo cumprimento das vontades do amigo. Ele se lembra da descontração que tomou conta do apartamento de Darcy quando ele ditou seu testamento. O clima era de velório e os amigos não escondiam a consternação pelo fato de, pela primeira vez, Darcy admitir a hipótese da morte. "Ele sentiu o peso e foi logo dizendo: 'Vocês não fiquem aí com essas caras fúnebres porque eu não vou morrer ainda, tenho de escrever um livro antes.' Era um homem muito diferente", recorda Mirza. Darcy só perderia a luta contra o câncer dois anos depois. Nesse período, escreveu não apenas um, mas quatro livros.


Sobrou tempo para escrever um livro de poesia: Eros e Tanatos, pela Record. Se são poemas eróticos? "Eróticos demais. Eu quase não publiquei, mas os poetas que consultei me convenceram a publicar. Darcy virou poeta no finzinho da vida", diz Tatiana. A fiel escudeira de Darcy no projeto dos Cieps espanta a idéia de que ele tinha medo da morte. O que o "fazedor de coisas" abominava, segundo Tatiana, era a idéia de não mais realizar, dizer adeus aos "fazimentos". E não mais poder divertir o mundo ao seu redor com lições bem-humoradas de amor à vida, como as frases que usava para explicar seus arroubos intelectuais. "Mais vale errar se arrebentando do que poupar-se para nada", dizia o poeta Darcy.

Darci Ribeiro




Darcy Ribeiro nasceu em Minas Gerais (Montes Claros, 26 de outubro de 1922), no centro do Brasil. Formou-se em Antropologia em São Paulo (1946) e dedicou seus primeiros anos de vida profissional ao estudo dos índios do Pantanal, do Brasil Central e da Amazônia (1946/1956). Neste período fundou o Museu do Índio e estabeleceu os princípios ecológicos da criação do Parque Indígena do Xingu. Escreveu uma vasta obra etnográfica e de defesa da causa indígena. Elaborou para a UNESCO um estudo do impacto da civilização sobre os grupos indígenas brasileiros no Século XX e colaborou com a Organização Internacional do Trabalho (1954) na preparação de um manual sobre os povos aborígenes de todo o mundo.

"Fracassei em tudo o que tentei na vida.
Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui.
Tentei salvar os índios, não consegui.
Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei.
Mas os fracassos são minhas vitórias.
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu"



Nos anos seguintes, dedicou-se à educação primária e superior. Criou a Universidade de Brasília, de que foi o primeiro Reitor, e foi Ministro da Educação, no Gabinete Hermes Lima. Mais tarde, foi Ministro-Chefe da Casa Civil de João Goulart e coordenava a implantação das reformas estruturais quando sucedeu o golpe militar de 64, que o lançou no exílio.

A propagação de suas idéias rompeu fronteiras. Viveu em vários países da América Latina, onde conduziu programas de reforma universitária, com base nas idéias que defende em A Universidade Necessária. Foi assessor do presidente Salvador Allende, no Chile, e de Velasco Alvarado, no Peru. Escreveu neste período os cinco volumes de seus Estudos de Antropologia da Civilização ( O Processo Civilizatório, As Américas e a Civilização, O Dilema da América Latina, Os Brasileiros: 1. Teoria do Brasil e Os Índios e a Civilização), que têm 96 edições em diversas línguas. Neles propõe uma teoria explicativa das causas do desenvolvimento desigual dos povos americanos. Recebeu ainda títulos de Doutor Honoris Causa da Sorbonne, da Universidade de Copenhague, da Universidade da República do Uruguai e da Universidade Central da Venezuela.

Retornando ao Brasil, em 1976, voltou a dedicar-se à educação e à política. Elegeu-se Vice-Governador do Estado do Rio de Janeiro (1982), foi Secretário da Cultura e Coordenador do Programa Especial de Educação, com o encargo de implantar 500 CIEPs, que são grandes escolas de turno completo para mil crianças e adolescentes. Criou, então, a Biblioteca Pública Estadual, a Casa França-Brasil, a Casa Laura Alvim, o Centro Infantil de Cultura de Ipanema e o Sambódromo, em que colocou 200 salas de aula para fazê-lo funcionar também como uma enorme escola primária.

Contava entre suas façanhas maiores haver contribuído para o tombamento de 96 quilômetros de belíssimas praias e encostas, além de mais de mil casas do Rio antigo. Colaborou na criação do Memorial da América Latina, edificado em São Paulo com projeto de Oscar Niemeyer. Gravou um disco na série mexicana Vozes da América. E mereceu títulos de Doutor Honoris Causa da Sorbonne, da Universidade de Copenhague, da Universidade da República do Uruguai, da Universidade Central da Venezuela e da Universidade de Brasília (1995).

Elegeu-se Senador da República (1991), função que exerceu defendendo vários projetos, entre eles uma lei de trânsito para proteger os pedestres contra a selvageria dos motoristas; uma lei dos transplantes que, invertendo as regras vigentes, torna possível usar órgãos dos mortos para salvar os vivos; uma lei contra o uso vicioso da cola de sapateiro que envenena e mata milhares de crianças. Elaborou e fez aprovar no Senado e enviar à Câmara dos Deputados a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, sancionada pelo Presidente da República em 20 de dezembro de 1996 como Lei Darcy Ribeiro. Publicou pelo Senado a revista Carta', com dezesseis números (1991/1996),onde os principais problemas do Brasil e do mundo são analisados e discutidos em artigos, conferências e notícias.

Entre 1991 e 1992, como Secretário Extraordinário de Programas Especiais do Rio de Janeiro, ocupou-se de completar a rede dos CIEPs e de criar um novo padrão de ensino médio, através dos Ginásios Públicos. Planejou e fundou, em Campos dos Goytcazes, no Rio de Janeiro, a Universidade Estadual do Norte Fluminense - UENF (1994), com a ambição de ser uma Universidade do Terceiro Milênio, onde assumiu o cargo de Chanceler. Durante a Conferência Mundial do Meio Ambiente - ECO 92 - realizada no Rio de Janeiro, em 1992, implantou o Parque Floresta da Pedra Branca, numa área de 12000 hectares, para se tornar a maior floresta urbana do mundo.

Ainda no exílio, começou a escrever os romances Maíra e O Mulo e, já no Brasil, escreveu dois outros: Utopia Selvagem e Migo. Publicou Aos Trancos e Barrancos, que é um balanço crítico da história brasileira de 1900 a 1980. Publicou, também, uma coletânea de ensaios insólitos: Sobre o Óbvio e um balanço de sua vida intelectual: Testemunho. Editou, juntamente com Berta G. Ribeiro, a Suma Etnológica Brasileira. Em 1992 publicou pela Biblioteca Ayacucho, em espanhol, e pela Editora Vozes, em português, A Fundação do Brasil, um compêndio de textos históricos dos séculos XVI e XVII, comentados por Carlos Moreira e precedidos de um longo ensaio analítico sobre os primórdios do Brasil. Neste mesmo ano, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras.
Em 1995 lançou O Povo Brasileiro, que encerra a coleção de seus Estudos de Antropologia da Civilização, além de uma compilação de seus discursos e ensaios intitulada: O Brasil como Problema. Lançou ainda, um livro para adolescentes, Noções de Coisas, com ilustrações de Ziraldo, que recebeu, em 1996, o Prêmio Malba Tahan de Melhor Livro Informativo, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.
Em 1996 publicou, pela Editora Companhia das Letras, seus Diários Índios, em que reproduz anotações que fez durante dois anos (1949/1951) de convívio e de estudo entre os índios Urubus-Kaapor, da Amazônia. Seu primeiro romance, Maíra, recebeu uma edição comemorativa de seus 20 anos, que traz resenhas e críticas de Antônio Candido, Alfredo Bosi, Moacir Werneck de Castro, Antônio Houaiss, Carmen Junqueira e outros especialistas em literatura e antropologia. Ainda neste ano, recebe o Prêmio Interamericano de Educação Andrés Bello, concedido pela OEA a eminentes educadores das Américas.
Darcy Ribeiro faleceu em 17 de fevereiro de 1997. No seu último ano de vida, dedicou-se especialmente a organizar a Universidade Aberta do Brasil, com cursos de educação a distância, para funcionar a partir de 1997, e a Escola Normal Superior, para a formação de professores de 1º grau. Organizou a Fundação Darcy Ribeiro, instituída por ele em janeiro de 1996, com sede própria, localizada em sua antiga residência em Copacabana, com o objetivo de manter sua obra viva e elaborar projetos nas áreas educacional e cultural. Um de seus últimos projetos lançado publicamente, foi o Projeto Caboclo, destinado ao povo da floresta amazônica.

Memória
... Termino essa minha vida
exausto de viver, mas

querendo ainda mais vida,

mais amor, mais

travessuras. A você que

fica aí inútil, vivendo essa

vida insossa, só digo:

- Coragem! mais vale errar se

arrebentando do que

preparar-se para nada. O único

clamor da vida é por mais

vida bem vivida. Essa é,

aqui e agora, a nossa

parte. Depois seremos

matéria cósmica. Apagados

minerais. Para sempre

mortos.
Darcy Ribeiro




domingo, 17 de junho de 2007

João Valle Maurício




Nasceu em Montes Claros(MG), em 26 de abril de 1922.
Diplomado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Belo Horizonte em 1946 com especialização em Cardiologia.
Reitor da Fundação Norte Mineira de Ensino Superior. Secretário de Estado da Saúde de Minas Gerais. Membro da Academia Municipalista de Minas Gerais, da Academia Mineira de Letras e ex-presidente da Academia Montesclarense de Letras.
Diversos livros publicados "GROTÃÒ, TAIPOCA, PÁSSARO NA TEMPESTADE, entre muitos outros.

Segurança


10º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR
O 10º BPM foi criado pela Lei no. 1402 de 29/12/55 com a denominação de 10º BI. A instalação da Unidade em Montes Claros ocorreu solenemente em 25 de julho de 1956. Localizado na BR-135, no Km 3 da cidade de Montes Claros, no Bairro Cintra, o 10º Batalhão de Polícia Militar presta inúmeros serviços à comunidade local, dentre os quais destacamos:

- Serviço de radiopatrulhamento;

- Serviço de trânsito urbano e rodoviário;

- Serviço de policiamento florestal;

- Corpo de Bombeiros;

- Posto de Policiamento Comunitário;

- Segurança da Cadeia Pública;

- Patrulhamento escolar; etc.



3ª COMPANHIA DE POLÍCIA RODOVIÁRIA

A 3ª Companhia de Polícia Rodoviária Estadual criada através do Decreto 30.798, de 20 de dezembro de 1989, e, instalada em Montes Claros - MG em 02 de janeiro de 1990 .



3ª COMPANHIA DE POLÍCIA FLORESTAL

Instalada em 02 de janeiro de 1990, articulada ao 3º Comando Regional de Policiamento.



8ª DELEGACIA REGIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA

A 8ª DRSP, instalada em Montes Claros, tem sob a sua jurisdição, delegacias subordinadas; Vigilância geral, crimes contra a pessoa, crimes contra a mulher, acidentes de trânsito, trânsito, crimes contra o patrimônio, etc.



55º BATALHÃO DE INFANTARIA

"Batalhão Dionísio Cerqueira", "Sentinela Avançada do Sertão Mineiro"A mais remota origem do 55º BI está na 1a. Companhia do 2º Batalhão de Caçadores, criada em 19/04/1851, com sede em Salvador (Bahia). Em 1975, por representação do Exército, foram extintos os regimes e o 2º Batalhão de Infantaria, transferiu sua sede para a cidade de Montes Claros. Em 13 de setembro de 1983, o Ministro do Exército concedeu, através de portaria, a denominação histórica de "Batalhão Dionísio Cerqueira", ao 55º Batalhão de Infantaria. A 24/11/1975, chegou a nova sede, em Montes Claros.


CORPO DE BOMBEIROS

Em 1961, deu-se o início para enviar a Montes Claros um Corpo de Bombeiros. Foi formado um grupo para análise do assunto, tendo à frente o Sr. Antônio Loureiro Ramos. A 02 de julho de 1967 foi implantado, definitivamente, o Corpo de Bombeiros em Montes Claros, tendo sido, até os dias atuais, considerando eficaz em seus trabalhos de apoio à comunidade.


POLÍCIA FEDERAL
A Delegacia da Polícia Federal em Montes Claros, foi instalada na cidade em 23/08/2000, abrangendo uma área composta por 130 municípios a partir de Buenópolis até montalvânia, fronteirística com a Bahia. Além do Norte de Minas e parte do Vale do Jequitinhonha. Completando um ano de intalação em 2001, sob direção do Delegado Geraldo Antônio Dias Guimarães, a Delegacia da PF deverá ter iniciada ainda este ano, a construção da sua sede própria, em terreno no bairro Canelas II, cedido pela Prefeitura Municipal da Montes Claros, cujos entendimentos já foram firmados com o secretário de planejamento João Henrique Ribeiro.

sábado, 16 de junho de 2007

Cultura


Eventos Regionais

Festival do Pequi (nível regional e nacional )

Carnamontes - (Micareta) .

Festival Internacional de Danças Folclóricas

Festas Juninas - (Clubes Sociais da Cidade).

Exposição Agropecuária - Julho - anual no Parque de Exposição João Alencar Athayde

Festa de Agosto - (Catopês) Praça da Matriz

FENICS - www.fenics.com.br Psiu Poético - http://www.psiupoetico.com.br/

Observação: Para efeito de Turismo o maior evento da cidade é o Carnamontes, com 3 dias de folia, atraindo aproximadamente 200.000 pessoas de todas as partes do país.

Folclore Regional

São inúmeras as manifestações do Folclore na Região do Norte de Minas, as mesmas, de todo o País, com poucas modificações, pois tem origem comum: portuguesa, africana, e, indígena. Reinados, reisados, congados, macumbas, candomblé, cantigas de rodas, lendas, bem como as comidas típicas fazem parte da cultura popular, transmitida oralmente por muitos e muitos anos.

Em Montes Claros, os reinados, os Catopês e marujadas eram festas do calendário religioso, desde os tempos da Vila de Formigas. O Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandez, fez ressurgir as festas de agosto. Logo após, a Secretaria Municipal de Cultura de Montes Claros organizou o "I Festival de Folclore", sob a direção de Clarice Maciel, tornando-se desde então a fazer parte do calendário das festas populares, com sucesso.

Em janeiro os Reis Magos, em maio as Coroações a Nossa Senhora, procissões e serestas, em junho, Fogueiras, em agosto, Reinados e Catopês, Marujos e Caboclinhos, em dezembro, presépios e Pastorinhas.E assim, as origens vão sendo preservadas.


Festa de Catopês

João Pimenta dos Santos (o Mestre Zanza) é o coordenador das Festas de Agosto e Presidente da Associação dos Grupos de Catopês.

Dança há muitos anos, com devoção e entusiasmo, para preservar as festas tradicionais que se realizam no mês de agosto, na Semana do Folclore.



Teatro Hoje

Durante muito tempo Montes Claros ficou sem teatro, a não ser algumas apresentações esparsas e as do Colégio Imaculada Conceição, apresentadas uma vez por ano. Yede Ribeiro Christoff dirigiu há bem tempo "O Auto da Compadecida", e Diógenes Vasconcelos apresentou em 1971, "As mãos de Eurídice".No Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandez e, agora, na Faculdade de Educação Artística, da UNIMONTES, o teatro sempre mereceu atenção de professores e alunos, levando várias peças.Todos os amadores que participam dos movimentos teatrais da cidade são idealistas, que lutam por uma Casa de Espetáculos e uma organização que prepare os interessados e faça desse teatro esporádico um teatro permanente.

Economia




Montes Claros desde os primórdios da colonização da Região Norte Mineira vem sendo um Centro de Comercialização, o que lhe tem permitido não só quantificar a produção regional mas também influir na sua orientação e expansão.
Um dos fatores que mais contribuíram para assegurar-lhe esta posição, foi a abertura de estradas, no passado, ligando-a aos demais municípios da região.Mais recentemente, Montes Claros, um dos municípios que integra a RMNE, sempre se constituiu no principal centro urbano de referência da população desta área. sendo seu pólo regional com 336.947 mil habitantes (Estim. IBGE/2004)
A transformação da economia se deu através dos incentivos fiscais da SUDENE, que propiciaram modificações estruturais na realidade do município, determinando fluxos internos de pessoas, hábitos, capital e tecnologia que diminuem o distanciamento da cidade com as metrópoles do país, além de atraírem a população rural da região, acelerando o processo de migração campo - cidade e provocando inchamento no processo de urbanização da cidade e, consequentemente colapso na estrutura urbana. A implantação de projetos de altas tecnologia fomenta o fluxo de migração de mão-de-obra especializada, ao mesmo tempo funciona como atração para as populações rurais e urbanas da região que devido ao processo de concentração da propriedade rural e do estrangulamento de pequenas propriedades, vão sendo expulsas do campo demandando a Montes Claros em busca de melhores condições de vida.O Setor PrimárioSetor Agrícola / Agricultura
Destaca-se a pecuária de corte e leite seguido pela agricultura com destaque para os produtos: feijão, milho, mandioca, algodão e arroz irrigado, dentre outros.
Indústria
Esse setor alcança um impulso maior a partir de 1965, com a chegada da energia elétrica da CEMIG, e com o início da participação efetiva da SUDENE no desenvolvimento Industrial da Região. Na Montes Claros de hoje a principal atividade econômica passou a ser representada pelo Setor. As indústrias aqui instaladas se consolidaram e, entre elas podemos destacar a maior fábrica de Leite Condensado do Mundo (NESTLÉ), uma das três fábricas de insulina da América Latina (BIOBRÁS), uma das mais modernas fábricas têxtil (COTENOR) e a quinta maior fábrica de cimento do Brasil (MATSULFUR). Conforme quadro anexo, destacamos as empresas industriais aqui instaladas, por Ramo de Atividade, principais produtos fabricados e matéria-prima utilizada, sendo elas, na sua maioria instaladas no Distrito Industrial de Montes Claros.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Geografia


Geografia


Segundo entroncamento rodoviário nacional, Montes Claros é uma cidade com aproximadamente 350 mil habitantes e destacado pólo de desenvolvimento da região Norte de Minas Gerais, onde vivem mais de dois milhões de pessoas


O Município de Montes Claros está situado na Bacia o Alto Médio São Francisco, ao Norte do Estado de Minas Gerais.


Metodologia do IBGE

Macroregião: Nordeste

Microregião: Montes Claros

Metodologia da SUDENE

Região Mineira do Nordeste - RMNE

Data de Criação

12.04.1707 - Fundação Fazenda de Montes Claros

13.10.1831 - Criação da Vila das Formigas


Data da Emancipação

03.07.1857 - Elevação de Vila das Formigas à Categoria de "Cidade de Montes Claros".

Município de Origem:

Serro Frio


Lei Orgânica

01.05.1990

Posição da Sede

Latitude : 16 43' 41"

Longitude: 43 51' 54"

Altitude : 638 metros


Área do Município de Montes Claros

3.576,76 Km2


Área da Cidade

97 Km2


Clima

Quente e Seco.


Vegetação

Cerrado Caducifólio, cerrado Sub-caducifólio, com ligeiras ocorrências de cerrado superemifólio.


Caatinga Hipogerófila
Ocorrência de Pau D'arco, pequizeiro, bloco de Juriti, Jatobá, Macambira, Braúna, Barriguda, além de possuir uma flora rica em plantas medicinais.


Relevo

Serras
Grutas

Solo: Ocorrência de siltito, ardósia, calcários, filitos, calcita, galena, minério de ferro, (Conglomerados: canga, tapanhoacanga com hematita), azotato de potássio, cristal de rocha e ouro de aluvião.


Morfologia

Formação Pré-cambriana antiga


Hidrografia

Bacia do Rio São Francisco

- Rio Verde Grande

- Rio Pacuí- Rio São Lamberto
- Lagoas
Tiriricas, Lagoão, Periperi, São João, Brejão, Garça, Vereda dos Caetanos, Mombuca, São Jorge, Freitas, Matos, Barreiro.


- Limites com o Município de Montes Claros

DISCRIMINAÇÃO LOCALIDADES

Norte São João da Ponte

Nordeste Capitão Enéas

Leste Francisco Sá

Sudeste Juramento,Glaucilândia

Sul Bocaiúva

Sudoeste Claro dos Poções

Oeste São João da Lagoa, Coração de Jesus

Noroeste Mirabela, Patis
FONTE: IGA - Instituto de Geo-Ciências Aplicadas




Características geográficas
Área
3.582,034 km²
População
348.995 hab. est. 2006
Densidade
97,4 hab./km²
Altitude
678 metros
Clima
tropical
Fuso horário
UTC -3
Indicadores
IDH
0,783 PNUD/2000
PIB
R$ 1.843.581.832,00 IBGE/2003
PIB per capita
R$ 5.591,53 IBGE/2003

História de Montes Claros





O Município de Montes Claros foi criado em 13 de outubro de 1831 e implantado em 16 de outubro de 1832, quando tomou posse sua primeira Câmara Municipal, obtendo assim sua emancipação político-administrativa. O primeiro presidente da Câmara Muncipal foi o Cel. José Pinheiro Neves, assumindo assim as funções de administrador do município (Agente Executivo), cargo equivalente ao de "prefeito" atualmente. Cerimonia que foi marcada por grande festa aos arredores da Câmara Municipal e logo mais festa na Casa do Cel. Pinheiro Neves. Em 3 de julho de 1857 o município mudou de nome, de "Montes Claros de Formigas" para "Montes Claros", pois havia outro município denominado Formigas na Província (Estado) de Minas Geras. Fontes principais: Anuário Estatístico de Minas Gerais(1990), ata da primeira reunião da Câmara Municipal e Urbino Vianna(1916)


1768 - Arraial das Formigas



Expedição Espinosa - Navarro, composta por 12 homens determinados, talvez espanhóis e portugueses, foi a primeira a pisar as vastas terras da Região do Norte de Minas, habitada pelos índios Anais e Tapuias. Mas era muito cedo ainda para fundar as cidades do sertão, longe do litoral. Bandeirantes partiram de São Paulo, procurando pedras preciosas, e embrenharam-se pelo sertão do Norte da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro. Fernão Dias Pais, Governador das Esmeraldas, organizou a mais célebre Bandeira, para conquistar "Esmeraldas", da "Serra Resplandecente".


Antônio Gonçalves Figueira, que pertencia à Bandeira de Fernão Dias, acompanhou-a até às margens do Rio Paraopeba, onde com Matias Cardoso, abandonou o chefe, regressando para São Paulo, chegando lá dois anos depois.Seduzidos pela fertilidade do Sertão Mineiro e talvez, na esperança de conquistarem riquezas, Antônio Gonçalves Figueira e Matias Cardoso retornaram, tornando-se colonizadores caçando índios, construindo fazendas, cujas sedes se transformaram em cidades.


Formou três grandes fazendas: Jaiba, Olhos d'Água e Montes Claros, esta, situada nas cabeceiras do Rio Verde, pela margem esquerda, próxima a montes formados por Xistos Calcários, com pouca vegetação. Pelo alvará de abril de 1707, Antônio Gonçalves Figueira obteve a sesmaria de uma légua de largura por três comprimentos, que constituiu a Fazenda de Montes Claros. Formigas foi o segundo povoado da Fazenda Montes Claros. Gonçalves Figueira para alcançar mercado para o gado, construiu estradas para Tranqueiras na Bahia, e para o Rio São Francisco. Era grande o seu interesse de expansão do comércio de gados, e com isto, procurou ligar-se ao Rio das Velhas e também à Pitangui e Serro. A região foi se povoando e a Fazenda de Montes Claros transformou-se no maior Centro Comercial de Gado, no Norte de Minas Gerais.
O próspero Arraial de Formigas, depois Arraial de Nossa Senhora da Conceição e São José de Formigas, Vila de Montes Claros de Formigas e por fim cidade de Montes Claros. Iniciou-se assim, em local diferente da sede de Antônio Gonçalves Figueira, em torno da Capela erguida por José Lopes de Carvalho.



1831 - Vila de Montes Claros de Formigas



Cento e vinte quatro anos após obtenção da Sesmaria, por Antônio Gonçalves Figueira, dono e construtor da Fazenda de Montes Claros, já estava o Arraial de Nossa Senhora de Conceição e São José de Formigas, suficientemente desenvolvido para tornar-se independente, desmembrando-se de Serro-Frio. Pelo esforço dos líderes políticos o Arraial foi elevado a Vila pela Lei de 13 de outubro de 1831, recebendo o nome de "Vila de Montes Claros de Formigas".
Os vereadores, primeiros líderes construtores do progresso de Montes Claros, naquele tempo longínquo: José Pinheiro Neves (Presidente), Laurenço Vieira de Azevedo Coutinho, Luiz de Araújo Abreu, Antônio Xavier de Mendonça, Francisco Vaz Mourão e Joaquim José Marques, que substituiu José Fernandes Pereira Correia. A 22 de julho de 1834, toma posse o primeiro Juíz Municipal Dr. Jerônimo Máximo de Oliveira e Castro. Apareceram na Vila, os primeiros médicos e facultativos: Manoel Hipólito de Palma, com licença para exercer a profissão de Cirurgião.


Outros facultativos apareceram em 1835, e, em 1847, chega à Vila o primeiro médico formado: Dr. Carlos Versiani. A Vila de Montes Claros de Formigas desenvolvia-se pelo esforço dos líderes, os costumes eram primitivos, em casa faziam-se comida, as quitandas, o sabão, as rendas de almofada, tecidos no tear, etc. Em 1817 já havia três sobrados: O do Cel. João Alves Maurício, o do Simeão e o Mirante. Outros foram construídos, tinham piso de assoalho, maior número de janelas e melhor acabamento.



1857 - A Vila de Montes Claros de Formigas passa a Cidade



Em 1857, a Vila Montes Claros de Formigas teria pouco mais de 2.000 habitantes, mas os políticos já pleiteavam a elevação à cidade, pois os melhoramentos existentes eram os mesmos de quase todos os municípios da Província.Assim, pela Lei 802 de 03 julho de 1857, a Vila passou a cidade - Cidade de Montes Claros, sem formigas, que desagradava a todos os formiguenses. A partir dali seriam "montesclarenses".
A 12/07/1858 tomaram posse os novos vereadores. Por muito tempo, o aspecto da cidade permaneceu quase o mesmo. O desenvolvimento da cidade continuava lento, pois os meios de transporte permaneciam: Cavalos e liteira para as pessoas, carros de bois e tropas de burros que conduziam mercadorias, num comércio mútuo, suadas andanças pelas estradas estreitas e poeirentas, muitas delas abertas pelos bandeirantes.


Melhoramentos e Fatos Importantes


. O Governador da Província Joaquim Pires Machado Portela, criou em 1871, o Hospital de Caridade, depois chamado "Santa Casa de Caridade".

. Um grande passo para o progresso da cidade foi a criação da Escola Normal, em 1879. Foi instalada no dia 02/02/1880 no prédio no. 46, na antiga Rua Direita, hoje Justino Câmara.

. Importantíssima a data de 24/02/1884, pois sai o primeiro número do Semanário "Correio do Norte".

. 14 de setembro de 1886 inauguração da Capela de Santa Cruz (simplesmente Capela do Morrinho).

. A indústria em Montes Claros começou com a fábrica do Cedro em 1882, que em 25/07/1889, foi destruída por grande incêndio.

. O Mercado Municipal foi inaugurado no dia 03/09/1899. Situado no largo de cima, hoje praça Dr. Carlos Versiani, era construção imponente com uma torre bem alta, onde o relógio, doado por Dona Carlota Versiani, badalava as horas, não deixando ninguém perder o horário.

. A inauguração da 1ª "linha telegráfica" da cidade deu-se no dia 27/10/1892.

. Outro importante estabelecimento de ensino em Montes Claros de Ontem, e que perdura até os dias atuais, é o Colégio Imaculada Conceição, fundado pelas irmãs de Berlear que aqui chegaram no dia 14/06/1907.

. O grupo escolar Gonçalves Chaves tem destaque especial, por ser o primeiro a instalar-se na cidade, bem como a Escola Normal.

. A Banda de Música Euterpe Montesclarense fundada em 1856, por Dona Eva Bárbara Teixeira de Carvalho, perdurou por mais de cem anos.

. A 10 de dezembro de 1910, São Pio X criou o Bispado de Montes Claros, tendo sido nomeado primeiro Bispo Dom João Antônio Pimenta pela bula "Comissum humilitati nostre", de 07/03/1911.

. Dom João Pimenta celebrou a primeira missa pontifical, no dia 08/10/1911.


Datas Importantes


12.04.1707 - Fundação Fazenda Montes Claros


18.06.1759 - Instituição do Patrimônio e Criação da 1ª Escola


13.10.1831 - Lei criando a Vila de Montes Claros de Formiga


16.10.1832 - Posse da 1ª Câmara (Vila de Formiga)


05.12.1832 - Criação do Serviço de Correios


13.01.1847 - Chegada do 1º Médico - Dr. Carlos Versiani


1856 - Fundação da 1ª Banda de Música


03.07.1857 - Elevação à Cidade (Cidade de Montes Claros)


21.09.1871 - Fundação da Santa Casa


21.03.1879 - Criação da Escola Normal Oficial


1880 - Instalação da 1ª Fábrica de Tecidos


22.02.1884 - Aparecimento do 1º Jornal "Correio Norte"


22.10.1892 - Inauguração Serviço Telegráfico


16.08.1900 - Entra na cidade a 1ª Bicicleta


05.01.1909 - Criação do 1º Grupo Escolar


10.12.1910 - Criação do Bispado


07.12.1912 - Instalação do Serviço Telefônico Urbano


1914 - Instalação do 1º Cinema (Cinema Recreio)


20.01.1917 - Inauguração da Iluminação Elétrica


12.07.1920 - Fundação da Associação Comercial


10.11.1920 - Chegada do 1º automóvel


01.07.1926 - Inauguração da E.F.C.B (Estação)


18.12.1938 - Inauguração do Serviço de Água Potável


09.05.1945 - Inauguração da ZYD-7


31.12.1945 - Fundação do Rotary Clube de Montes Claros


30.06.1956 - Instalação do Serviço de Telefone Interurbano


28.07.1956 - Instalação do 10º Batalhão